Publicada em 06/05/2021 14:35:47
A Confederação Nacional de Municípios (CNM), preocupada com as dificuldades e as oscilações que os bancos de sangue públicos vivem em todo país, apresenta aos novos gestores o projeto Rede de Municípios Doadores, uma iniciativa da entidade que visa a contribuir para o aumento das doações de sangue por meio de uma plataforma digital responsável por promover a interação entre hemocentros, prefeituras e doadores.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2020, o medo da doença Covid-19 pode ter causado uma diminuição de 15% a 20% no total de doações de sangue em comparação ao ano anterior. Ao longo de 2020 não houve registros de desabastecimento. Fato que pode ter ocorrido devido à adoção de medidas preventivas, como a suspensão temporária de cirurgias eletivas.
Em contrapartida, houve situações em que o Ministério precisou acionar o plano nacional de contingência e transferir milhares de bolsas de sangue de unidades da Federação em situação mais folgada para outras onde o nível dos estoques era considerado crítico.
Dados nacionais
No Rio de Janeiro, mesmo com todos os esforços e campanhas para atrair novos voluntários, o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (HemoRio) contabilizou uma queda de 4,4% no número de bolsas de sangue coletadas: foram cerca de 78.400 unidades, em 2020, contra aproximadamente 82 mil bolsas, em 2019.
A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), após coletar, em 2020, 4,6% menos bolsas de sangue do que em 2019 - foram 51.800 doações contra 54.300 - começou o ano com metade do volume que considera ideal em termos de estoque. A maior preocupação é com o volume armazenado de sangue do tipo O positivo, que representa cerca de 70% da demanda estadual, e com todos os de fator RH negativo, menos comuns entre a população brasileira e, portanto, mais difíceis de obter.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) recebeu, em 2020, 92.524 doações de sangue, enquanto, em 2019, foram coletadas 101.066 bolsas de sangue. O Hemoce garante que o menor número de doadores em função da pandemia não chegou a comprometer o atendimento das cerca de 480 unidades de saúde cearenses, e que chegou até mesmo a fornecer bolsas de sangue para outros Estados, como Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Sergipe.
No Distrito Federal, os níveis dos estoques da Fundação Hemocentro de Brasília de dois dos oito tipos sanguíneos mais comuns são considerados críticos. O ano de 2021 começou com os estoques de O positivo e O negativo em níveis baixos, informou o órgão responsável por garantir o fornecimento de sangue e seus componentes para a rede de saúde pública local. A quantidade de sangue tipo B negativo também é considerada baixa.
Vinculada ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e responsável por abastecer a mais de cem instituições de saúde da rede pública paulista, a Fundação Pró-Sangue coletou, em 2020, 108.707 bolsas de sangue. O resultado é não só inferior ao registrado em 2019, quando foram coletadas 114.050 bolsas, como mantém a tendência de queda dos últimos cinco anos.
Precauções
O Ministério da Saúde garante que os hemocentros de todo o país estão preparados para receber os doadores com segurança, sem aglomerações, e em conformidade com as recomendações das autoridades sanitárias. A maioria, senão a totalidade dos postos de coleta, está funcionando com atendimento pré-agendado, de maneira que vale a pena o interessado consultar, na internet, a página ou as redes sociais do hemocentro do Estado em que reside.
CNM
Publicada em 06/05/2021 14:35:47
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